sábado, 8 de novembro de 2008

A mística do Boca acabou?











Por Caio Bandouk

Não há como negar que o Boca é o grande bicho papão da América do Sul atualmente...
Campeão da Libertadores em 2007, semifinalista em 2008, sempre um terror para os times brasileiros.
Sempre? Felizmente isso vem mudando nas últimas temporadas.
Em 2006, apenas um confronto. Recopa Sul americana contra o São Paulo. O time Tricolor muito mais preocupado com o Campeonato Brasileiro, pouco deu importância ao torneio. O Boca como sempre quando se trata de competições sul americanas, veio com tudo. O resultado foi uma vitória xeneize por 2 a 1 em La Bombonera e um empate por 2 a 2 no Morumbi. Melhor para os Argentinos que ficaram com o título.
Em 2007 os argentinos de Buenos Aires cruzaram o caminho dos brasileiros mais duas vezes. A primeira na final da Libertadores, contra o Grêmio. Nos dois jogos vitória "azul y oro" com um placar somado humilhante, de 5 a 0. A segunda vez foi pelas oitavas de final da Copa Sulamericana. Mais uma vez o São Paulo pela frente. Em Buenos Aires um grande jogo, porém com vitória do Boca por 2 a 1. A equipe argentina viria a capital paulista precisando de apenas um empate. O Boca nunca havia vencido o São Paulo no Morumbi, e o tabu se manteve. Na base da raça e com um gol do trombador Aloísio o Tricolor fez o placar necessário e mando o adversário de volta a La Boca.
No ano de 2008 três brasileiros vieram de encontro com o Boca. Primeiramente o Cruzeiro, pelas oitavas de final da Libertadores. A equipe celeste foi presa fácil para o Boca que comandado pelo craque Riquelme venceu os dois jogos pelo mesmo placar: 2 a 1. Nas semifinais novo encontro marcado, desta vez contra o Fluminense, que havia acabado de eliminar o favorito São Paulo. No cilindro de Avellaneda(punição da Conmebol proibia o Boca de atuar em La Bombonera) empate por 2 a 2 em grande noite de Thiago Neves. No Maracanã, o Flu apesar de sair atrás consegue a virada em noite de Washington e Dodô: 3 a 1 e passaporte carimbado para a final.
O terceiro e último confronto marcou de vez a mudança de comportamento dos clubes brasileiros em relação ao Boca, em minha opinião. O algoz desta vez foi o Internacional. No Beira-Rio, a equipe gaúcha comandou o jogo e com gols de Alex venceu por 2 a 0. Na Bombonera todos sabiam que era difícil, mas a imprensa argentina e os jogadores acreditavam que o Boca poderia reverter essa situação, mesmo atuando com o time reserva, que contava com jovens talentos. Mas em campo foi diferente. O Inter, colocou todo o medo que os brasileiros tinham de jogar na Bombonera de lado e venceu o jogo. Ironia do destino ou não, comandados pelo argentino D'Alessandro, que desde os tempos de River de posteriormente de San Lorenzo nunca perdeu para o Boca no estádio Xeneize. O Colorado dominou todo o jogo, fez 1 a 0, tomou o empate e com tranquilidade foi buscar o segundo gol.
Nas últimas 3 temporadas o Boca enfrentou times brasileiros por 6 vezes. Venceu 3 é verdade, mas perdeu outras 3. O que podemos observar é que hoje os times brasileiro continuam sim respeitando o gigante argentino, mas sem temê-lo mais como era de costume. A prova disso foi a vitória do Inter na Bombonera, mesmo que não seja contra o time titular. As partidas são muito mais equilibradas e quando um brasileiro enfrenta o Boca, não é tratado mais como zebra, e sim como um grande adversário que pode vencer.
Futebol Brasileiro, tem que respeitar!

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