Em uma partida cheia de reviravoltas, polêmicas e golaços, o Santos cumpriu sua missão, com requintes de dramaticidade. Venceu o Colo-Colo por 3 a 2 e segue dependendo de suas próprias forças para se classificar à 2ª fase da Libertadores da América.
O técnico Muricy Ramalho, que será apresentado hoje no CT Rei Pelé, acompanhou a partida ao lado
do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. E vibrou muito a cada gol, mostrando que já vestiu a camisa alvinegra mesmo antes de assumir o cargo oficialmente.
Com a vitória, a equipe chega a 5 pontos e fica a 1 ponto do Colo-Colo, o 2º colocado do grupo. Na liderança está o Cerro Portenho, com 8 – adversário do Peixe na próxima quinta-feira (14), em Assunção, no Paraguai.
O jogo teve três momentos distintos. Até o 30 minutos do 1º tempo, o Santos não conseguia impor seu ritmo. A equipe chilena se defendia bem e ainda arriscava-se no ataque, aproveitando para
catimbar em todas as situações possíveis. Com menos de 10 minutos, o goleiro Castillo já forjava uma contusão em cobrança de falta.
Mas foi justamente numa cobrança de falta que a situação começou a mudar. Elano acertou um belo chute da meia direita e abriu o placar, para delírio da torcida, que man
teve a temperatura do jogo alta até então, empurrando o time incessantemente.
O gol desconcertou os chilenos. Logo em seguida, Zé Eduardo deu bom passe para Danilo, que entrou na área, driblou o goleiro e tocou para as redes. A bola ainda desviou na zaga, mas não teve jeito. 2 a 0. Com a vantagem, o Santos passou a tocar a bola e administrou a vantagem até o intervalo.
Na volta para o 2º tempo, foi a vez de Neymar se tornar o centro das atenções e mudar de vez a história do jogo. Logo aos seis minutos, fez o chamado gol de placa. Na entrada da área, venceu a
disputa de bola, passou como quis por dois zagueiros e chapelou Cabrera.
O estádio já estava todo de pé quando Castillo, atônito, saiu para tentar evitar o golaço. Mas Neymar, com um toque sutil por cima do goleiro, finalizou sua obra de arte 3 a 0.
Quando tudo parecia decidido e a torcida ainda vibrava, entrou em cena o árbitro uruguaio Roberto Silveira. Conivente com a pancadaria chilena, mas rigoroso com todas as faltas santistas, ele já havia advertido Neymar com um cartão amarelo no 1º tempo. E quando viu o camisa 11 comemorar o gol
usando uma máscara, não titubeou: outro amarelo. E expulsão.
A regra prevê a punição, mas, lamentavelmente, o mesmo critério não foi aplicado pelo árbitro nos lances seguintes. Motivado por ter um jogador a mais, o Colo-Colo partiu pra pressão. O jogo se tornou tenso.
Em lance isolado, Scotti acertou um tapa em Zé Eduardo, que foi tirar satisfação. Os dois foram expulsos. Com 9 jogadores, o Santos trocou Ganso por Alex Sandro e Pará por Bruno Aguiar. E conseguiu suportar por quase 20 minutos a pressão chilena. Depois, Marcelo Martelotte ainda trocou Elano por Maikon Leite, para tentar surpreender no contra-ataque.
Mas o Colo-Colo insistiu e, para acentuar o drama na partida, conseguiu diminuir por duas vezes, aos 36 e a0s 41, com Jerez e Rúbio – este quando Alex Sandro já estava no chão, sentindo uma pancada no joelho.
Os minutos finais deixaram todos com os nervos à flor da pele. Elano, já no banco, atirou uma toalha contra o banco dos chilenos e foi expulso também, ainda que o quarto árbitro – o brasileiro Paulo César Oliveira – tenha visto outras confusões ao longo da partida, mas até então, havia preferido se omitir.
Apesar de todos os sobressaltos, o Santos, felizmente, conseguia se segurar. Jorquera ainda foi expulso, após discutir com o juiz, pouco antes do apito final. Vitória, alívio e preocupação.
Na próxima quinta-feira, a batalha será em Assunção. Mesmo sem Neymar, Elano e Zé Eduardo, o Santos terá que partir para cima e tentar a vitória a todo custo. Para isso, contará mais do que nunca com o talento de Paulo Henrique Ganso, a presença de Muricy no banco e, quem sabe, os retornos de Arouca e Jonathan.