Coluna do Santos FC
“Tivemos que vir jogar aqui, no dia do aniversário do clube, precisando ganhar. Mas taí. Não vai ser hoje que muita gente em Santos e em São Paulo vai comemorar nossa saída“.
Foi assim que Léo, o jogador mais experiente do elenco e que por tantas vezes materializou a garra santista, resumiu a vitória do Santos na noite desta quinta-feira, 14 de abril de 2011, em Assunção, no Paraguai, diante do Cerro Porteño.
Depois, respirou fez a convocação para quarta-feira que vem: “Tenho certeza que o Pacaembu estará lotado”.
Em mais uma página marcante de sua história, o alvinegro da Vila superou as condições adversas e uma infinidade de boatos que tem surgido com frequencia às vésperas de jogos decisivos, para comemorou seu aniversário do jeito que está mais acostumado: vencendo.
O placar de 2 a 1 sequer traduz a superioridade do Peixe em campo – e muito menos a autoridade como foi conseguido.
Se não teve Elano, Neymar e Zé Eduardo, todos suspensos, o time bem armado por Muricy Ramalho pôde contar com os retornos de Jonathan e Arouca, que cumpriram bem seus papéis – e com Diogo, que tomou uma pancada nas costas e teve que sair aos 30 do 1º tempo, sendo substituído por Maikon Leite.
O jogo
A partida começou morna, sem nenhuma das equipes tomar a iniciativa. Aos 8, o Cerro teve a primeira chance, com Fabbro, em cobrança de falta. Mas o goleiro Rafael se esticou e conseguiu espalmar para escanteio.
Não tardou para o caminho da vitória santista ser aberto. Aos 11 minutos, recebeu uma bola na intermediária, deu um lindo drible em seu marcador e acertou um petardo de fora da área, sem chances para Barreto. 1 a 0 Santos.
A partir daí, o jogo mudou. Pressionado pela sua torcida, o Cerro tentou exercer uma pressão, mas errava muitos passes e era facilmente desarmado pela defesa santista. À frente da zaga, Adriano ganhou a maioria das divididas.
A esta altura, Paulo Hernique Ganso já dava as cartas no meio campo. Bons passes e alguns lances de efeito já cadenciavam a partida da maneira que o Santos precisava. E quando Diogo, machucado, deu lugar a Maikon Leite, a jogada de contra-ataque passou a se desenhar como a melhor opção.
Dito e feito. Maikon Leite teve chance clara aos 37, exatamente assim. Passe de Keirrison e o camisa 17 chegou até a driblar o goleiro Barreto, mas acabou finalizando em cima do zagueiro Pires, que tirou dentro da pequena área. Assim, o 1º tempo ficou no 1 a 0.
Segundo tempo O técnico argentino Leonardo Astrada voltou com duas alterações no intervalo. Nuñez e Luccero tornaram o time mais ofensivo – e vulnerável.
Logo Maikon Leite teve uma segunda chance, de novo no contra-ataque. Mas, desta vez, não perdoou. Passe de Ganso e o atacante entrou pela direita. Ganhou na corrida do zagueiro e bateu. A bola desviou no goleiro, mas não perdeu o rumo das redes. 2 a 0.
O gol desmotivou de vez os paraguaios, que sentiram o golpe. Nem mesmo a entrada do promissor Iturbe, aos 19, acendeu a equipe. Errando muito e com a torcida totalmente impaciente, o Cerro via o Santos ganhar tempo trocando passes e valorizando faltas, no melhor estilo “Libertadores”.
Alex Sandro substituiu Keirrison aos 26 e passou a jogar do lado esquerdo. O Santos chegava fácil. Maikon Leite deu dois chutes perigosos e Ganso tentou marcar por cobertura, mas parou em Barreto. Pará, que substituiu Arouca, também quase fez um golaço.
Já nos descontos, aos 48, Benitez descontou. Mas era tarde demais. A vitória do Santos já estava sacramentada.
No dia em que completou 99 anos, o Santos mostrou que está mais vivo do que nunca na Libertadores. E quarta-feira (20), diante do Táchira no Pacaembu, depende de vitória simples para se classificar.
Um cenário bem promissor para um time que, na opinião de muitos, daria adeus ao sulamericano na noite de seu aniversário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário